quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bateu Saudade.


            Me bateu uma vontade louca. Vontade de bater na tua porta. De falar com todo mundo e ir direto pro teu quarto. Fechar a porta, ligar o som, deitar na tua cama, ligar o ar-condicionado e conversar contigo até dormir. Simplesmente conversar sobre tudo que a gente perdeu um do outro até hoje. De como estão os problemas com tua tia, se encontraram teu cachorro perdido, se tua irmã melhorou da doença, e se sua ex-namorada se arrependeu do erro que cometeu e voltou pra ti.
            Vontade de mexer no teu cabelo, fazer cachinhos com os dedos, e contar os sinais das tuas costas. Abrir as gavetas e futricar tudo que tem lá. Você sabe da minha mania de futricar nas coisas dos outros. Descobrir a chave da gaveta trancada enquanto tu vai tomar banho. E fingir que sei de nada.
            Mexer na tua geladeira e ver que, como sempre, só restam azeitonas. Fazer a feira contigo, comprar refrigerante light pra ver se você perde essas “bainhas”. Bagunçar tua cama toda, indo de um lado pro outro pra te acompanhar enquanto você arruma o quarto.
            Por que o tempo foi tão bruto com a gente, né? Afastar assim dois corações que tinham tudo para serem bons amigos. A gente se confundiu tanto, um ao outro e até a si mesmo.
            Eu gosto dessa intimidade que a gente tem. Intimidade de amigo-irmão que mesmo depois de tanto tempo, faz com que sintamos que nada mudou. Te abraçar sem maldade, só com todo o meu amor, e uma tentativa frustrada de te proteger das dores do mundo. Meu amor, meu amigo, meu neném. Meu irmão.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Essa merda toda.



           “A vida é como...” a vida é como nada, meu amigo. A vida é a vida e por si só já basta. As regras são claras, e você não precisa de Caio Fernando Abreu ou Veríssimo nenhum pra te fazer entender que cada minuto nessa viagem aqui é raro. Raríssimo, para falar melhor.
            Nunca vi ser pra complicar tanto a vida como o ser humano. Pra quê ficar fazendo jogo de “quero mas não posso”, ou “vou esperar ele/ela adivinhar o que eu quero”. Foda-se! Se o mundo não tivesse tanta gente fingindo ser o que não é pra ter o que deseja, haveriam 99% menos problemas, sociais, políticos, econômicos e até naturais.
            O mundo está aí, te dando mais de sete bilhões de pessoas para você se apaixonar, desapaixonar ou encontrar o melhor amigo de toda a sua vida. Você tem sete, nada mais e nada menos que SETE continentes para explorar. Ta fazendo o que aí, meu amigo? Algo ou alguém te deu mais de 200 países para você conhecer, e você aí complicando a vida porque a unha quebrou, ou a sua namorada terminou com você.
                                                   MELHORE, MEU AMIGO.  
            A nossa tarefa, enquanto tentamos ser humanos, é descomplicar a nossa própria vida, então, raciocinando praticamente: para quê cacetadas você vai agir de uma maneira que te faz ficar com mais titica de galinha na cabeça?
            O negócio é que a vida é curta e o mundo é grande. (Mais) Duas paixões incompatíveis. O que você vai fazer para solucionar esse problema? O que você quer fazer para descomplicar sua vida e fazer uma das seletíssimas pessoas que lhe interessam estar viva nesse mundo (RESPOSTA: você mesmo), feliz? Eu te dou a resposta: ame. Ame com todo seu coração, e ele sempre saberá o que fazer. Não é tão complicado o quanto parece, e a recompensa é no mínimo, gratificante. Faça o que sua vontade manda, divirta-se enquanto tem esse playground gigantesco para brincar.
A-pro-vei-te.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Eu já sabia.




- Que raiva..
- Fique com raiva não, vale a pena não...
- Sentimento é que nem bala perdida, não dá pra controlar.
- Dá, dá. Isso aí é papo de gente que gosta de sofrer. Masoquista sentimentalmente.
- Pior que é. Sofrer é bom, porque dá aquele momento de quietude, do “não há mais nada o que fazer a não ser esperar a dor passar.”
- ...E é aí que as pessoas se enganam. A gente sempre pode fazer algo. Ainda mais se for por nós mesmos.
- Taí. A única hora em que o ser humano deixa de ser egocêntrico.
- Deixam de fazer algo pela única pessoa que têm total controlhe.
- Pff. Se tem algo o qual não temos controlhe, é sobre nós mesmos.
- Lá vem você de novo. Saia dessa.
- Vem me tirar. Abraça e diz que passou.
- Isso eu não posso fazer. Não tenho braços, não tenho pernas, não tenho alma, não tenho cérebro e nem pele pra te esquentar.
- Isso é verdade. Você é de mentira.
- Aí é que você se engana. De novo. Sou mais real do que essa sua amargura aí.
- É, não é? Acho que você é a única coisa de verdade em mim.
- Consciência é a única coisa viva. Só que vocês insistem em me passar pelos seus filtros sociais e sentimentais, e acaba que o mundo vê só um rastrinho meu.
- Não há nada que se possa fazer.
- Isso, curte tua dor. Chora, esperneia, sai correndo sem rumo, faz um monte de merda e volta pra mim. Só eu que te acolho, só eu que te faço pensar nas besteiras que você faz.
- Eu te odeio.
- Odeia, odeia tanto que acaba se apaixonando.
- Deus me livre! Se eu me apaixonasse por você, aí sim seria uma pessoa masoquista sentimentalmente.
- Vai sonhando, vai. A minha prepotência me faz pensar exatamente o contrário.
- Não me permito, nem se preocupe.
- É, e está certa. Eu não te deixo permitir. E a ti, só resta me obedecer.
- Sonha.